#17 – Avenida 22 de abril – Rua do Golfo – Porto Seguro – BA

Quando estava terminando meu ensino médio, em Goiânia, o grêmio do colégio estava organizando uma viagem para Porto Seguro – Bahia. Com a cabeça voltada unicamente para as provas de vestibulares, em cidades diferentes, fui o único da galera do fundão que não embarquei naquele bus em que meus colegas todos estavam. Que Burrada!

Quando o cavalo passar selado ao seu lado, não perca a oportunidade. Não hesite em montar, pois ele pode não passar novamente…

E aquela era uma oportunidade única. Talvez o gasto com as passagens para fazer provas em cidades diferentes e distantes tenha pesado e influenciado muito na decisão de não ir para Porto Seguro.

Naquela época, o que andava pela minha cabeça era apenas algumas fórmulas inúteis de física, matemática ou química (Tripulação, por que não aprendemos coisas úteis na escola como culinária, educação financeira, primeiros socorros ou até mesmo como fazer pequenos reparos em casa?) e a enorme pressão em ver meu nome na lista dos aprovados em alguma Universidade Federal, por aí.

Ainda não sabia da existência do arquivo de riqueza número 12, do livro Os Segredos da Mente Milionária, de T. Harv Eker, que diz que sempre posso ter as duas coisas. Deveria praticar pensar em ir para a praia em Porto Seguro e passar no vestibular e depois em maneiras de conseguir realizar com sucesso ambas opções.

Meu objetivo era a Universidade Federal de Viçosa. A escolha não se baseou nas milhares de gatas e festas inesquecíveis nas doidas repúblicas, daquela cidade universitária, mas na qualidade e reconhecimento internacional da UFV, na área de agrárias.

O pior de tudo é que não passei naquele ano em Viçosa e não fui para a praia com meus amigos.

Tudo isso passou, o mundo girou e acabei passando em Agronomia em uma outra Universidade Federal, algum tempo depois.

Depois de formado e com novas ideias na cabeça, surgiu novamente a oportunidade de conhecer Porto Seguro e desta vez (mesmo sem a galera do colegial) não deixei o cavalo selado passar.

E foi genial!

Nossa história, juridicamente, tem início na data de 22 de abril de 1500, quando a esquadra portuguesa de Cabral chega na Costa do descobrimento, em Porto Seguro. É com Cabral que começa nossa história e a placa de rua de hoje, refere-se a esse dia.

Lembre-se que você acabou de chegar na Costa do Descobrimento e compreenda que a rua do Golfo pode transmitir a ideia de baía, angra, porto, rencôncavo, enseada…

Além de marcar o início da nossa história, a placa da avenida 22 de abril, da maravilhosa Porto Seguro, nos revela um sábio conselho que infelizmente perdemos em função de uma vida dedicada unicamente ao trabalho: Pra viver e ser feliz!

Se você gosta de história e tem interesse por navegação, uma vez em Porto Seguro, não deixe de visitar o Memorial da Epopéia do Descobrimento, que fica na praia de Curuípe. Há uma réplica da nau de Cabral e que você pode percorrer seu interior e ficar chocado com a fragilidade da embarcação, porém, não veja isso com os olhos de hoje, mas sim como pioneirismo e a tecnologia disponível de abril de 1500.

Se você odeia história e a sua onda é praia, curtição e agito, então não vá, mas reconheça o trabalho e o interesse genuíno que os estudantes da rede pública estão fazendo por lá como guias. Seja gentil e trate-os com estima.

Reserve pelo menos um dia para conhecer, tomar cerveja e cuidar da bandeja de açaí da baiana que deixou todo o estoque (e inclusive o dinheiro das vendas) contigo, para dançar na lotada barraca de praia de Taperapuã. Não se espante, pois isso também vai acontecer com você.

Essa agitação toda acontece no Axé Moi, Tôa Tôa ou Barramares que são as barracas de praia mais conhecidas e animadas de Porto Seguro. Nas férias e na alta estação estão sempre lotadas ao som de axé e de uma dança conhecida por lambaeróbica.

Se você quiser dançar e quem sabe tentar algum approach com aquela senhorita que (provavelmente) é de Brasília, de Minas ou foi de CVC, basta decorar a coreografia de apenas uma música. Quando fui a canção do momento era a “muriçoca”, do rei da Cacimbinha. Um verão depois, uma tal de “metralhadora”, da banda vingadora. Basta conhecer a música do próximo verão e touché!

No período diurno, prefiro a calmaria, o silêncio e o repouso. Não é minha praia aquela “muvuca”, barulho e consumo desenfreado de cerveja do Axé Moi.

Como valorizo mais a calmaria e privacidade, gostei e recomendo a praia de Coroa Vermelha e também Mundaí. Mesmo que aquele vendedor de óculos te importune um pouco, são lugares sossegados para descansar e quem sabe terminar aquele livro da Lucinda Riley.

No periodo noturno a coisa muda um pouco e com esse espírito você deve visitar a passarela do álcool, mas cuidado com a galera da capoeira e alguns garçons que cobram um extra para te colocar em mesas estratégicas.

A noite é uma criança e você deve pegar ainda uma festa que acontece na Ilha dos Aquários. Se informe a respeito das datas e shows. O melhor é que ela fica na ilha entre Porto Seguro e Arraial d’Ajuda. É um pouco caro e o barco que faz a ponte é horrível, mas vale a pena pela festa.

Se tiver tempo de sobra, recomendo fortemente ficar uns dias em Arraial d’Ajuda e Trancoso. Tripulação, vai por mim…

Costumo pensar que a perfeição seria uma vila charmosa como a de Arraial d’Ajuda, mas com as praias deslumbrantes de Trancoso e os preços camaradas praticados em Porto Seguro.

Old Misa

oldmisa dezembro 11, 2017

Avenida 22 de abril / placa de rua / Porto Seguro / Rua do Golfo /

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