#4 – Calle José María Dalence – Sucre – Bolívia
Bolívia foi um lugar em que me senti bastante confortável. O câmbio nos favorece, o pollo é apetitoso e as crianças bolivianas são encantadoras. Antes de chegar na elevada Potosí, uma parada estratégica na Capital Constitucional – Sucre – para começar o processo de aclimatação (claro, chá de Coca é sempre bem-vindo) foi uma sábia decisão.
Você percebe que está ciudad é diferente das outras bolivianas pelos jardins e canteiros de flores super bem cuidados, ruas limpas e uma coisa que mesmo o mais distraído viajante não deixará passar em branco (putz, revelei antes): As fachadas das casas, museus e edifícios são todos na Cor Branca. O que levou ao apodo de “la ciudad blanca de América”.
Também tem a alcunha de “Cidade dos Quatro Nomes” que você facilmente descobrirá em um lindo poema, intitulado “Bailecito a Sucre“, que está estampado em um mosaico de cerâmica pelas callecitas sucreñas, como presente do compositor Simeón Roncal e do escritor chuquisaqueño Ovidio Céspedes à ilustre e histórica cidade de Sucre.
Notará também que até as Placas das Ruas, que estão 2.810 metros, acima do nível do mar, são lindas e quase sempre com alguma relevante informação sobre a pessoa que tem o nome por lá inserido e gravado.
Nestas mesmas ruas passam os coloridos, enfeitados e velhos (mas dignos de fotos memoráveis) ônibus. Você pode pegar o adornado Bronco – azul, ou o antigo Spartaco/el tigre – vermelho com azul da dodge ou o zerado pedrito – verde.
Desça no Mercado Central e antes de comer algumas salteñas de pollo e matar a sede com um Sureña gelada, sinta o cheiro do lugar e repare o tanto que as pessoas trabalham por lá.
Saia para caminhar pela cidade e volte a observar mais placas de rua. Em cerâmica branca e borda azul, organizadas como a cidade, você com certeza pode contemplá-las para amenizar um pouco o desconforto do “soroche” ou Mal da Altitude.
Gabriel René Moreno, Nicolás Ortiz ou Agustín Ravelo… A lista é imensa, mas o homenageado de hoje é um ilustre escritor boliviano, chamado José María Dalence. Nasceu em outra cidade, famosa pelo carnaval, conhecida como Oruro, em 1782.
Estudou teologia e direito na Universidad Mayor de San Francisco Xavier de Chuquisaca, em Sucre.
Exerceu cargos políticos em Oruro e Sucre. Chegou a chefiar a pasta do Ministério da Fazenda da Bolívia, em 1839. Defendeu a independência do seu país e publicou, em 1851, o ensaio que lhe daria grande renome na Bolívia: Bosquejo estadístico de Bolivia.
Faleceu em Sucre, em 1852, e seu trabalho ganhou destaque e notoriedade por conceituados historiadores hispano-americanos.
Old Misa