#32 – Crane Street – Dublin – Irlanda – Éire
Dublin é a cidade mais verde do continente europeu (e também uma das mais verdes do mundo) e não estou falando de sustentabilidade aqui…
Veja bem…
Primeiro andar
A Irlanda é conhecida como “a ilha esmeralda” em razão da vegetação verde na quase totalidade do território da Ilha.
A segunda informação que você precisa ter em mente é que a cor verde está na bandeira da Irlanda (e representa os cristãos vindos da tradição Gaélica).
O Trevo de 3 folhas é verde. Ele é conhecido por lá como shamrock e está em todos os lugares da Irlanda.
O Trevo (shamrock) e a harpa são os maiores símbolos do país.
Você encontrará aquele trevinho de 3 folhas (verde) tatuado nas mulheres que estão de maquiagem laranja + uma saia curtíssima em um frio congelante e também nas lojas de souvenir das maiores cidades da Irlanda.
Uma curiosidade é que o maior time de futebol da Irlanda também se chama Shamrock (Rovers) e sua cor principal é a verde.
Falando nisso, os nomes dos times irlandeses são os melhores…
As partidas são do tipo: Bohemian VS Saint Patrick’s.
Pra quem não é ligado em futebol, poderia passar tranquilamente, como duas equipes disputando quem devora a maior quantidade de álcool em algum pub no Temple Bar.
Os irlandeses são muito ligados em crenças e folclores. Principalmente às relacionadas com a sorte, pois além do trevo, uma outra figura muito importante por lá, é o duende irlandês (verde).
Esse duende irlandês é uma figura folclórica clássica e é conhecido como Leprechaun.
Se você não sabe o que é ou nunca ouviu falar, não se espante, pois é de Leprechaun que você se apronta para curtir a MAIOR festa da Irlanda:
Saint Patrick’s Day.
E isto pode ser na Irlanda ou até mesmo no Pub irlandês da sua cidade e isso se repete todo ano no dia 17 de Março.
Anote esse dia na sua agenda para não perder o próximo, ok?
Keep_Calm_and_Carry_On
Segundo andar
A Irlanda faz parte da Zona do Euro.
Então, será necessário apenas um câmbio e isso não é tão doloroso ou causará qualquer confusão na sua cabeça, enquanto você enfrenta o dilema: “quem converte não diverte”…
E posso te garantir que é melhor pagar um pint de cerveja por 5 euros do que por 5 libras esterlinas.
Uma coisa valiosa e que você precisa saber é que a companhia aérea de baixo custo Ryanair está sediada em Dublin.
Isso significa que você consegue chegar nessa terra de duendes por um preço muito camarada (olha o trevo de 3 folhas já te dando sorte…)
Ryanair é a mais conectada companhia low-cost do mundo e será sua aliada se você pretende fazer um mochilão ou até mesmo uma viagem simples pela Europa.
Acabei de conferir no site da empresa irlandesa e descobri que você consegue chegar em Dublin a partir de 26 países europeus.
Por exemplo, se você estiver em Porto – Portugal, e quer pegar um voo para Dublin utilizando essa companhia, você pagará por volta de 30 Euros (acredite, já foi muito mais barato, mas hoje os preços estão nessa média)…
Chegando no Aeroporto de Dublin, você pode pegar um uber ou táxi, mas a opção mais barata para se chegar ao centro/Temple Bar/hostel/Airbnb é pegar um ônibus que faz esse trajeto.
Há duas linhas de ônibus que você pode pegar: são os ônibus de números 16 e 41.
Grave esses números, mas não se preocupe se perdê-los, pois na correria (do controle migratório; vontade de ir ao banheiro; fome ou pressa para se chegar com prioridade em algum pub…) isso pode acontecer (e é perfeitamente normal).
Apenas pergunte para alguém qual a linha de ônibus que passa pelo centro. Touché!
Aqui, mais uma vez, o trevinho de 3 folhas (shamrock), te deu sorte, pois você está em um país de língua inglesa.
Nesse momento, você perceberá o quão amáveis eles são…
Ahh… importante:
Você se lembra da dica #15.2 da publicação “Como se preparar para um mochilão”?
Se você não lembra e pretende pegar um avião alguma vez na vida, volte lá e leia novamente (ou clique aqui), pois ela é uma das dicas mais importantes…
O valor da passagem dos ônibus (16 ou 41 ou qualquer outro) custa apenas 3,30 euros, mas você só pode pagar com moedas.
Eles não aceitam cédulas ou cartões.
Novamente, algumas moedinhas podem salvar a sua pele quando você estiver naquela situação complicada ou até mesmo podem fazer você economizar um bom dinheiro, que poderá ser usado melhor para outra finalidade…
Se você não tiver 3,30 euros em moedas, terá que desembolsar quase 30 euros para ir de táxi ou por volta de 22 euros se preferir ir de uber (isso se o seu celular ainda estiver com bateria suficiente)…
Assim sendo, você pode até se desfazer daquelas pesadas (mas de baixo valor) moedas de pesos bolivianos, após a excursão à mina de prata localizada em Potosí, na Bolívia, mas não faça isso com as moedinhas de euro.
De verdade, elas serão muito úteis na sua próxima viagem à Europa…
Com essa informação guardada (e como nos joguinhos de tabuleiro), avance uma casa…
Terceiro andar
Apesar de ser uma cidade pequena e com poucos habitantes (e assim como ocorre nas grandes capitais da Europa), Dublin é dividida por áreas.
Você se lembra dos arrondissements de Paris?
Aqui é a mesma ideia.
Se isso for complicado, esqueça tudo e apenas fique o mais próximo possível do Temple Bar.
O Temple Bar também é sinônimo de Dublin e é imperdível.
É o lugar mais famoso e conhecido da cidade, com os melhores pubs…
Os mais afamados e conhecidos pubs entre os turistas são: o homônimo “The Temple Bar” e o “The Oliver St. John Gogarty.
Vale a pena conhecer (de fora) e tirar algumas fotos, mas MUITO CUIDADO aqui, pois apesar de serem os mais conhecidos e famosos, estão sempre lotados, o atendimento é horrível e os preços são bem mais caros do que os outros lugares.
Você também não encontrará irlandeses nesses ambientes voltados exclusivamente para turistas…
Não se preocupe, pois o que mais tem um Dublin é isso.
Você não precisa escovar os dentes com cerveja Guinness às 09hs da manhã em um pub afastado como os irlandeses fazem…
Escolha uns 4 diferentes para conhecer e tomar alguns (muitos) pints (665 mL) de cerveja irlandesa (com fritas).
Se você fez isso (com mais uma porção de fritas) e cantou Oasis e U2 junto com a banda cover dentro do pub, você cumpriu sua missão.
O que nos leva para o próximo nível…
Quarto andar
O trevo de 3 folhas realmente está do seu lado, pois Dublin é muito pequena (e verde) e você pode fazer tudo a pé.
O padroeiro da Irlanda é São Patrício, então você deve uma visita à St. Patrick’s Cathedral.
É simplesmente a maior catedral (e também a mais bonita) em estilo gótico de Dublin.
O preço da entrada é de 6 euros (o mesmo preço de um pint de cerveja nos pubs menos conhecidos).
Saindo da Catedral (a pé), você apenas passará em frente ao museu/livraria Chester Beatty Library e continuará seu percurso até o Castelo de Dublin que está no coração da cidade.
O castelo é muito bonito e você pode tirar fotos e explorar todo o exterior do Castelo gratuitamente (a visita guiada custa 7 euros).
Andando mais um pouco (bem pouco mesmo), você chegará no Trinity College. Trata-se da universidade mais antiga e de maior prestígio no país.
A Trinity College foi fundada em 1592 pela Rainha Isabel I da Inglaterra e hoje abriga a harpa mais antiga da Irlanda, o famoso manuscrito de Kells e um dos jardins mais lindos e bem cuidados da cidade.
Se você curte história e tem interesse em saber como a Irlanda conseguiu cortar o cordão umbilical do Reino Unido (a Irlanda do Norte ainda não conseguiu), por incrível que pareça, você deverá visitar uma prisão.
A prisão se chama Kilmainham Gaol. Por 9 euros, Leprechaun te levará a conhecer uma cadeia, ou melhor, um lugar fantástico e que tem um enorme significado para aquele povo verde.
Esse negócio de cadeia pode ser bastante pesado e se não é a sua praia e você quer apenas tirar um cochilo em algum parque para curar um pouco da ressaca da noite anterior, faça isso no St. Stephen’s Green Park.
Esse lugar é muito lindo, super bem cuidado e está muito perto de tudo.
Muitos dublinenses passam horas conversando, caminhando ou correndo nesse parque.
Do mesmo modo que consegui tirar uma siesta no Parc de la Tête d’Or em Lyon – França, também consegui fazer isso nesse parque, mas aqui eu dormi profundamente, tipo umas 3 horas.
Esse negócio de só beber, também cobra um preço alto do corpo (e do bolso também)…
O negócio é que a cidade gira em torno de duendes verdes e de bebidas alcoólicas.
Outra prova que confirma isso é que uma das maiores atrações da cidade é a antiga destilaria do Whiskey Jameson, que hoje é, na verdade, um bar/museu/loja do destilado irlandês.
E eu ainda nem cheguei na fábrica da cervejaria Guinness, que é considerada por muitos, como a primeira das melhores coisas para se fazer em Dublin.
Muito bem, uma vez na cidade, sua orientação deve ser o monumento “The Spire” (uma mistura de obelisco com uma agulha gigante) e o Rio Liffey.
Se você decidiu conhecer a destilaria do Old Jameson e até comprou uma camiseta por lá e quer aproveitar o fator proximidade para ir direto ao museu/fábrica da Guinness, você deve andar algumas ruas, atravessar o Rio Liffey, continuar sua caminhada até chegar em uma rua chamada CRANE Street.
A Guinness estará muito próxima, mas para se chegar à fábrica, você terá que percorrer essa rua Crane.
E isso nos leva a subir mais um andar…
Quinto andar
A Crane Street é apenas uma rua simples e muito pequena de aproximadamente 400 metros.
Porém, o que faz da Crane ser destaque é que 1.000.000 dos 1,6 milhões de visitantes que a cervejaria Guinness recebe por ano, passam por essa PLACA DE RUA da Crane Street.
Era chamada anteriormente de Crane Lane, ou ruela das gruas (guindastes) e isso perdurou até 1728, quando passou a ser oficialmente chamada de Crane Street.
Tinha esse nome devido ao grande número de gruas (guindastes) que faziam parte do cenário urbano da capital irlandesa (e isso já foi motivo de grande orgulho e também sinônimo de crescimento e prosperidade pós-revolução industrial).
Pra quem não sabe, grua é um equipamento utilizado para elevação e movimentação de cargas e materiais pesados e é uma marca visível na construção de edifícios em grandes cidades.
Os primeiros guindastes eram feitos de madeira, mas com o advento da Revolução Industrial, passaram a ser elaborados com ferro fundido e aço.
Uma coisa a ser observada é que toda PLACA DE RUA em Dublin está escrita nos dois idiomas oficiais da Irlanda: Inglês e gaélico irlandês.
A cidade pode ser verde, mas as placas de rua não. Há basicamente três modelos distintos. O modelo mais conhecido é o azul com branco das placas do Temple Bar; o menos conhecido é o formato todo azul das zonas mais afastadas do centro e o terceiro exemplar é esse da PLACA DE RUA de hoje da Crane Street, em placa de metal preta com letras douradas.
Ahh… outra coisa que não é verde é a cerveja, que é escura (ou stout para os cervejeiros de plantão), mas isso é um assunto disponível apenas para o último andar da nossa edificação.
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Sétimo andar
Você não leu errado!
É isso mesmo! Sétimo andar.
Mas e o Sexto andar??
Este texto está longo, mas espero que você ainda recorde de algo que disse no início do texto (lá no primeiro andar), de que os irlandeses são muito ligados em crenças e folclores. Principalmente às relacionadas com a sorte…
E uma coisa que chama muito a atenção é que na Storehouse/armazém/loja/cervejaria/fábrica/bar da Guinness, não existe o 6º andar.
Nos cartazes promocionais de uma série ou sequência numerada (e lógica), NÃO EXISTE o número 6.
Vou te falar apenas que o 6 não é um número primo (pode ser dividido por 1, por si mesmo e também por 2 e 3)…
Se você começar a brincar, usar um pouco a sua imaginação e bolar uma combinação SEGUIDA de três numerais 6, você não terá um número muito simpático, de acordo com as teorias do professor Robert Langdon (Tom Hanks em “O Código Da Vinci” – obra do Dan Brown).
Esse detalhe pode até passar desapercebido, mas se você tiver interesse em saber, terá que ir na Guinness e descobrir “in loco” enquanto um jingle começa a ser gravado (de modo permanente) na sua cabeça…
“Guinness is good for you”…
“Guinness is good for you”…
“Guinness is good for you”…
A Guinness Storehouse é considerada por muitos sites de turismo da gringa, como a atração número 1 da cidade.
A entrada é de 20 euros para adultos e dependendo do dia, comprar sua entrada antecipada pela internet, no site da própria Guinness, pode te poupar uma fila de 20 minutos…
O legal é que do primeiro ao sétimo andar (pulando do quinto para o sétimo), você conhecerá tudo da Guinness.
Isso inclui o surgimento da empresa; um contrato bizarro de arrendamento do local por um período (mais bizarro ainda) de 9 mil anos; o processo de fabricação da cerveja; a evolução da marca, como apreciar sua Guinness; uma loja de souvenir…
“Guinness is good for you”…
O que mais gostei foi dos cartazes GENIAIS das principais peças de campanha publicitária da cerveja, misturando perspicácia, funny e animais (os tucanos são os melhores) e isso você vai encontrar no quarto andar.
E para fechar com chave (e trevo) de ouro, o último andar é o ponto mais alto de toda Dublin (e também da visita)…
Há um bar chamado Gravity, com 360º de landscape para você apreciar a cidade…
Além disso, você terá um voucher (que acompanha o bilhete de entrada) para trocar por uma Guinness nesse bar, mas isso pode ser só o começo…
E isso com a melhor vista de toda a cidade e com aquela musiquinha…
“Guinness is good for you”…
“Guinness is good for you”…
“Guinness is good for you”…
Old Misa
Diego Costa Monteiro
abril 20, 2018 - 10:22 pm
Porra top demais. Nem tinha vontade de conhecer la
Agr fiquei curioso
oldmisa
abril 20, 2018 - 10:27 pm
Obrigado Viejo Monteiro!!
Você deve conhecer sim esse lugar algum dia pq vale muito a pena!
Abraço irmão!!
Harold
abril 21, 2018 - 2:15 pm
Top Dilas. O efeito do álcool contribuir muito para vermos os doentes e acreditamos….kkkk….Muito massa a referência ao código de da Vinci, fazendo uma coesão perfeita com sua narrativa. Acho q iria apreciar bem os destilados. ..kkkk…abraço irmão!
oldmisa
abril 25, 2018 - 2:28 pm
kkkkk…Muito bom Old Harold!!
Tenho certeza de que você iria apreciar muito bem os destilados de Dublin!
Abraço irmão