#43 – Plaza Huayna Capac – Salar do Uyuni – Bolívia
O Toyota Land Cruiser era vermelho como não deve ser um Off Road 4×4 da marca Toyota.
Na verdade, já exibiu um vermelho nos seus melhores (e gloriosos) dias, provavelmente há duas décadas, quando desfilava pelas avenidas de La Paz…
Porém, agora o Off Road estava mais para um tanque de guerra desbotado, encarregado com a nobre missão de realizar passeios turísticos no maior e mais alto deserto de sal do mundo.
Para ser mais preciso, no Salar do Uyuni, Bolívia.
O inquebrantável TG (tanque de guerra) ainda era uma máquina com sete lugares e a tripulação era a seguinte:
O copiloto era um jovem chileno de Valparaíso, chamado Joel, que estava na casa dos seus vinte e poucos anos e que estava realizando o sonho de conhecer todos os países da América do Sul.
Mais uma vez eu estava no “fundão” e ao meu lado estava um maluco tailandês que morava em Londres e que portava uns 4 gadgets (dispositivos eletrônicos portáteis) para registrar todos os momentos possíveis no esquema 24/7/360º.
Era difícil compreender aquela maluquice em uma época em que o planeta terra ainda não tinha sido invadido pelos smartphones…
Hoje isso é tão comum e corriqueiro…
Basta olhar para a pessoa que está respirando ao seu lado que esqueceu de curtir aquele momento único para ficar gravando intermináveis DVDs para suas stories para em seguida vomitar aquele material em todas as redes sociais possíveis…
Natureza humana. Enfim…
Nos assentos do meio: uma australiana que usava tênis californianos e um casal do país basco.
A lição de hoje é sobre esse casal basco, mas antes disso, não posso esquecer do nosso ilustre motorista.
O condutor do tanque de guerra era uma versão boliviana do “Nema Brasil”…
Se a porcentagem de água no corpo de pessoas normais é de cerca de 65%, pode apostar que esse era o percentual de álcool naquele corpo que estava comandando o volante do Toyota Land Cruiser…
Assim, quando decidir se aventurar pelo Salar, certifique-se de que o motorista esteja sóbrio.
Não deixe que um motorista borracho (bêbado) estrague a magia de conhecer um dos lugares mais lindos do mundo…
Portanto, essa é a primeira dica: motorista sóbrio.
A segunda dica chega em forma de alerta misturado com espanto da Aussie ao avistar o deserto de sal pela primeira vez:
– So briiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiight!
Entonação (ou entoação) é a variação da altura utilizada na fala que incide sobre uma palavra ou oração e ela simplesmente fez uso deste elemento da linguística para dizer o quão brilhante, radiante, luminoso, claro, intenso, resplandecente, irradiante, luzente, vivo e belo era aquela superfície plana e branca do deserto de sal quando em contato com os raios solares…
Tão claro e brilhante que é quase impossível enxergar sem óculos de sol.
Portanto, a segunda dica é: óculos escuros.
Dicas mencionadas, voltemos então ao casal basco…
Iñaki era o nome dele.
Irene era o nome dela.
Dois nomes iniciados com a letra “i” e tipicamente bascos.
Se você estivesse comigo naquele Toyota, diria que era “a tampa para a panela”…
Para quem não sabe, o País Basco (Euskal Herria / Pays Basque) fica localizado no extremo norte da Espanha e no extremo sudoeste da França.
A região tem uma cultura própria, especialmente pela língua (Euskara) e nutre um forte movimento nacionalista desde fins do século XIX…
E mesmo com todo o terrorismo do ETA, ainda não conseguiu a independência…
Iñaki nasceu em San Sebastián (Donostia) e Irene em Bilbao (Bilbo).
Se conheceram após um jogo do Athletic Club Bilbao em um típico “Botellón”…
Botellón é uma atividade tradicionalmente espanhola que acontece quando as pessoas se reúnem em áreas e praças públicas para socializar enquanto entornam (muito) álcool…
É bastante popular entre adolescentes e jovens adultos e ganhou muita força principalmente em resposta ao aumento dos preços das bebidas em bares e tascas…
Nestes encontros, a sangria é o principal lubrificante para um bom desempenho no processo de socialização…
Afinal, “não se faz amigos bebendo leite”…
É o que dizem por aí…
Porém, não tardou muito e o Governo proibiu essa coisa de beber na rua e acabou com a fiesta espanhola.
É claro que é a economia que manda em tudo…
E é claro que o Estado embalou essa proibição nos melhores moldes possíveis visando a preservação do cidadão espanhol e também o seu bem-estar pessoal contra os efeitos nefastos e dañinos do álcool.
Que se dane as tradições… enfim…
O lance é que Iñaki e Irene se conheceram em um Botellón após um jogo do time de Bilbao.
Na verdade, o “Club Atlético de Bilbao” é muito mais que um simples time de futebol que disputa o campeonato espanhol.
Ele é um símbolo emblemático da identidade basca.
…
Devo dizer que lembrei do Iñaki e da Irene após receber um desafio de fazer uma lista, com pelo menos 50 nomes de pessoas que, de alguma forma, somaram alguma coisa na minha vida.
Tudo o que poderia considerar de positivo e que me fez crescer e me ajudar a melhorar como pessoa…
Depois de poucos nomes e alguns minutos de reflexão, lembrei deste casal que conheci em um dos lugares mais bonitos do mundo à bordo de uma lata velha conduzido por um motorista bêbado.
Coisas da vida…
Acontece…
Pelas minhas contas, esta publicação de número 43 pertenceria à cidade de León, no México, porém, este desafio me obrigou a fazer uma mudança de planos…
Cabe agora falar um pouco mais deste casal que me fez enxergar o mundo por meio de uma aresta diferente…
A PLACA DE RUA da cidade de León – México ficará para o próximo post.
…
De hábitos simples, o casal não tinha nada a ver com o tailandês londrino esnobe, que por sinal, já devia ter tirado umas mil fotos e isso ainda antes do almoço…
Enquanto o nobre condutor entornava mais cachaça e a jovem Aussie, conhecida por kate, se concentrava em fotos criativas e Instagramáveis, se furtando do espetáculo do reflexo dos raios solares nas placas hexagonais brancas de sal, eu simplesmente amarrava os cadarços da minha bota (também off road) para uma trilha leve até o topo do monte da Ilha de cactos gigantes, junto com o casal e o chileno.
A ilha de cactos gigantes fica no meio do deserto de sal e é conhecida como Ilha Incahuasi.
É nessa ilha a parada oficial dos aventureiros que compram o tour de um dia pelo Salar com as agências de turismo no povoado de Uyuni.
Antes de chegar no topo da Isla Incahuasi, mas já com uma vista espetacular do deserto branco, digo para eles que um dos filmes que mais gostei na vida se chamava “Ocho Apellidos Vascos”, algo como “oito sobrenomes bascos” e eles concordam dizendo que aquele filme realmente está genial…
Na conquista do Monte da Ilha e agora com uma vista privilegiadíssima do deserto, há uma placa cunhada como “Plaza Huayna Capac”.
E como não posso ver nenhuma placa de rua, de praça ou de avenida, por um milésimo de segundo baixou o espírito do tailandês londrino em mim e tratei de tirar umas 10 fotos em menos de 10 segundos…
Para saber exatamente onde estávamos pisando, Huayna Capac foi o décimo-primeiro e penúltimo governante do extenso Império Inca.
Joel achou muito engraçado porque estávamos tendo a melhor vista do deserto e eu tirando fotos e mais fotos de uma placa de rua no topo do monte da Ilha.
Para ele, bajo seus óculos escuros também californianos, até os espinhos secos dos cactos pareciam mais atraentes…
Pelo menos ele curtiu a ideia e me perdoou quando disse que esse era um dos meus hobbies…
Como o chileno não parava de perguntar coisas e curiosidades ao casal, logo começou a extrair informações valiosas…
É claro que foi um choque para nós quando Irene disse que eles estavam pisando no 116º (centésimo décimo sexto) país.
Para um garoto de vinte e poucos anos que ensaiava timidamente os primeiros passos outside ouvir algo assim tem um certo impacto.
Os olhos de um jovem chileno, que até então buscavam por uma aussie distante, se viraram em um movimento brusco em direção ao casal.
O centro das atenções passou a ser outro…
– “O quê?”, foi o que saiu da boca de um Joel atônito…
Eles estavam na casa dos quarenta e tantos anos e como Irene era a mais comunicativa, na expectativa de acalmar o jovem Joel, disse:
– “Meu pai trabalhou a vida inteira para uma empresa basca como expatriado em outros países da Europa e também do Oriente Médio. Passei a infância e a adolescência me mudando de um lugar para outro. Com isso, fui pegando o gosto por línguas estrangeiras e quando chegou a hora de escolher uma carreira escolhi fazer tradução”…
– “É claro que meu pai queria que eu fizesse outra coisa, mas finalmente ele aceitou”.
– “Os pais… sempre os pais”. Interrompeu um chileno agora bastante curioso.
E após uma risada leve, Irene continuou de onde havia parado…
– “Antes mesmo de me formar, eu já o ajudava com a tradução de vários projetos e documentos”…
– “Como minha mãe já estava farta de viver de lugar em lugar como uma bola de golfe sem saber onde seria seu próximo buraco e desejava ardentemente voltar para sua terra natal, obrigou meu pai a presentear-me com um escritório de tradução juramentada e interpretação de documentos em Bilbao”.
– “Uma pena que ela me usou, mas olhando com os olhos de hoje, entendo que essa era a única forma de “mi mamá” voltar para sua Bilbao querida e reavivar sua língua materna”…
– “Tinha minha mãe, meu escritório e ainda fui beneficiada com a rede de contatos do meu pai e tudo isso em casa com cañas y pintxos (cerveja e petisco)”…
– “Que suerte!”, interceptou novamente o chileno.
– “Logo depois que meu pai se aposentou e deixou aquela vida louca de workaholic, voltou para Bilbao e foi quase na mesma época em que essa coisa de internet e digitalização de documentos começou a ganhar relevância”, continuou a tradutora…
– “Foi nessa época em que encontrei um maluco de boina, do tipo mais basco impossível, em um Botellón depois de uma semifinal do nosso Atlético”.
– “Esgotei todos os meus truques para tentar conhecer aquele hombre interessante, mas ele simplesmente não conseguiu perceber nada do meu esforço”…
Tripulação, uma leve e descontraída troca de olhares entre o casal aqui…
– “Como poderia perceber se estava radiante, feliz e ainda por cima, bêbado, comemorando a vitória do nosso time?”, Iñaki finalmente falara…
– “Estávamos na final”, o atleticano aproveitou o embalo…
Talvez o governo espanhol estivesse certo e com razão em proibir essas tonterías de jovens se afogando em álcool pelas ruas, parques e praças…
É claro que as mulheres expõem e quebram o pulso, jogam o cabelo para trás, umedecem os lábios, tocam-se, sacodem o cabelo novamente, acariciam objetos cilíndricos, inclinam a pelve, cruzam as pernas e dispõem de mais um arsenal infinito à disposição para naturalmente usar em processos de sedução…
E quanto a nós?
Po#aa… só conseguimos enxergar nosso copo de cerveja e a troca de óleo do carro na próxima segunda…
C’est la vie…
– “Aquele Botellón foi o nosso início”, concluiu Irene…
– “Iñaki era programador e trabalhava para uma empresa dos Estados Unidos da América e realizava todo seu trabalho por meio de um computador em um esquema preguiçoso de home office”, a basca não parava…
– “Ele tinha uma van velha da Volkswagen que acabamos por transformá-la em um “motor home” e como a internet era nossa aliada, começamos a viajar no nosso “carro-casa” e entregávamos nosso trabalho desde os vários campings da Espanha e posteriormente de toda a Europa”.
– “Como ele também sempre gostou de viajar, acho que fomos os primeiros a entrar nesse estilo de vida doido de nômades digitais e estamos até hoje”…
– “Basta ter um computador com uma boa Internet que estamos tranquilos”…
Joel que estudava e trabalhava para juntar dinheiro para viajar apenas nas férias, como pessoas normais, e que queria a vida deles ficou pensativo…
– “Então é isso! Por isso que vocês conhecem o mundo todo!”, disse Joel, o interrogador…
– “Então preciso pensar em alguma profissão de nômade digital e largar esse negócio de odontologia”…
Iñaki que sabia ouvir com excelência entrou na conversa…
– “Joel e Misa… veja bem, há um conceito muito mais amplo do que isso e que vocês precisam entender”…
– “Na nossa cultura ocidental, o dinheiro é extremamente valorizado”, voz da sabedoria…
– “A questão é que gastamos muito deste recurso em coisas de que realmente não precisamos, o que nos leva de volta para trabalhar mais, para ganhar mais dinheiro, para gastar mais com mais coisas de que não necessitamos e isso de segunda à sexta até os 65 anos”.
– “É preciso entender que o nosso recurso mais valioso é o tempo para nossa felicidade aqui na terra e escolhemos trocar isso por cédulas de papel com rostos estampados de ditadores que alguém um dia chamou de dinheiro”.
– “Lembrem-se de que este tempo precioso é a única coisa que realmente importa, pois ele é limitado e irrecuperável”…
– “Vocês precisam estabelecer novas prioridades em suas vidas para desfrutar ao máximo deste bem mais precioso”…
– “Se você trabalha durante toda a semana das 08hs às 18hs e ainda leva trabalho para casa, você é apenas um escravo moderno, só que com melhores trajes e com um ilusório poder de escolha”…
– “Você apenas não se deu conta ainda, mas é isso”…
– “Querendo ou não, amanhã vocês estarão mais velhos e seus minutos de vida remanescentes aqui na Terra não serão mais os mesmos de agora”…
– “Se livre de todas essas idiotices e cavalos de troia que a publicidade tenta te empurrar em embalagens cada vez mais sofisticadas”…
– “Vocês precisam se tornar mais humanos e menos consumistas”…
– “Escolha o que realmente importa e faz sentido para vocês”.
– “O nosso sonho era conhecer o mundo e estamos fazendo isso até hoje”…
– “É claro que nosso trabalho remoto ajudou, mas nem tudo são flores nesse tipo de trabalho também”…
– “Vocês que ainda são jovens e tem muito chão pela frente, devem ter em mente que para se livrar desta escravidão física e psicológica da era moderna, o único caminho é buscar um negócio chamado Liberdade Financeira”…
– “Não contamine seu consciente e subconsciente com a ideia de que isso não é alcançável”…
– “Basta vocês definirem o quanto é suficiente e mudar o estilo de vida, a mentalidade, suas crenças limitantes e a forma como enxergam a simbiose entre vocês, o dinheiro e o mundo”…
– “Vocês precisam basicamente acumular 25 vezes o gasto anual de vocês e alocar esse patrimônio em locais seguros e que farão esse dinheiro trabalhar para gerar juros e dividendos enquanto vocês estão cambiando de aires”…
Ele continuou falando, mas como não consigo fazer duas coisas ao mesmo tempo, comecei a fazer alguns cálculos na minha cabeça de quanto era meu gasto anual…
Isso, é claro, mais perdido do que cego em tiroteio…
Como poderia estimar meu gasto anual se eu nem mesmo sabia quanto eu gastava por mês?
É claro que eu perdi alguma fala do Sr. Iñaki enquanto ele prosseguia na sua linha de pensamento e eu pensava com os meus botões, mas ainda me lembro das suas últimas palavras:
– “Estudem e dediquem-se ao máximo até atingir essa liberdade financeira, mas faça da caminhada algo prazeroso buscando o sentimento de realização, propósito e equilíbrio em todos os seus passos”…
– “Enquanto isso vá tirando seus sonhos do papel e sintonizando com o que realmente é importante”.
– “Não se esqueça de que o tempo está voando, independente da nossa vontade”…
– “Também não se esqueça de curtir sua família, de sair de cañas y pintxos com seus amigos e de dizer “Parabéns” aos aniversariantes”…
…
Muitas pessoas surgem em nossas vidas, algumas como uma benção, outras como lição…
É claro que continuo acreditando que não conhecemos ninguém por acidente. Todo mundo entra na nossa vida com um propósito…
Depois daquela trilha até a Plaza Huayna Capac da Isla Incahuasi que está bem no centro do precioso Salar do Uyuni, nunca mais tive contato com o casal Irene e Iñaki…
Parte disso foi devido a minha inabilidade em pegar pelo menos um e-mail ou um número de telefone de pelo menos um deles, mas aquelas palavras, de pessoas que enxergavam a engrenagem do mundo por meio de uma ótica diferente, ficaram gravadas na minha cabeça…
Depois de completar a tarefa do desafio de listar os 50 nomes, a tarefa do dia seguinte seria escolher 3 nomes dentre aqueles e fazer uma carta de agradecimento para cada um deles…
Assim, aproveito este texto também como uma forma de agradecimento ao casal…
Em certos momentos, nossa vida é abençoada por pessoas tão especiais que nos tornamos mais felizes só porque um dia tivemos a chance de conhecê-las…
Obrigado Irene e obrigado Iñaki e obrigado também ao curioso Joel…
Obrigado de verdade!
Feliz Sexta!
Old Misa
Diego Monteiro
fevereiro 22, 2019 - 2:25 pm
MUITO BOM CABRON VIEJO MISA. MUITA AMIZADE NASCE DE CAÑAS E FUTBOL. MUITO INTERESSANTE O POST, VARIAS REFLEXÕES VEEM A CABEÇA.
oldmisa
fevereiro 22, 2019 - 3:14 pm
Verdade Cabrón!!
Obrigado irmão!
Abraço
Tici
fevereiro 22, 2019 - 3:30 pm
Muito lindo o seu texto e ainda mais a sua forma de enxergar as coisas. Amo vc! Bjs!
oldmisa
fevereiro 22, 2019 - 9:28 pm
Muito Obrigado!!
Adorei seu comentário aqui!!
Também te amo!!
Bjus
Thiago
fevereiro 22, 2019 - 7:57 pm
Sensacional! Como sempre o Old Misa nos ensinando como uma viagem pode ser uma experiência inesquecível. … “Muitas pessoas surgem em nossas vidas, algumas como uma benção, outras como lição” (Misa, 2019). Show!!!
oldmisa
fevereiro 22, 2019 - 9:30 pm
Cola!! Cola!! Cola!!
Quem são?
Valeu Thiagão!!
Essa frase não é minha, mas é uma verdadeira lição…
Muito obrigado irmão!!
Abraço!
Marcelo Fernandes Xisto
fevereiro 24, 2019 - 2:11 am
Excelente Viagem Old Misa! Premiada com esta história de vida e liberdade deste casal! Abraços!
oldmisa
fevereiro 26, 2019 - 6:52 pm
Excelente viagem mesmo Xisto!!
Muito Obrigado Chefe!!
Abraço!
Pedro Augusto Rufino da Silva
fevereiro 24, 2019 - 5:17 am
Caracas… Senti como se eu tivesse vivido… Riqueza de detalhes… E comunicação envolvente… Shoooowwww dommmmmmm…
oldmisa
fevereiro 26, 2019 - 6:53 pm
DOM
.
Rsrsrsrsrs…
Obrigado irmão!!
Valeu!!
Abraço
.