#16 – Vám utca – Budapeste – Hungria – Magyarország
Cortada pelo forte e lendário Rio Danúbio, a extraordinária Budapeste é uma preciosidade do Leste Europeu. É a joia da coroa que restou do Império Austro-Húngaro. Underground, clássica e ainda com um tempero soviético, Buda + Peste é a majestosa capital que vai te fascinar e que mais recomendo aos membros/cabin crew da comunidade placa de rua.
Sempre achei que Barcelona, de Gaudí, na Catalunha, fosse a opção perfeita para um sojourn, mas isso foi antes de conhecer Budapeste. Me apaixonei pela capital da Hungria quando estava realizando meu segundo mochilão, em julho de 2009.
Não sei se foi amor a primeira vista, mas depois do nosso primeiro encontro, decidi que deveria visitar Budapeste pelo menos uma vez a cada dois anos. Tive sorte nessa empreitada, principalmente após ganhar uma bolsa para cursar Public Management for Competitive and Innovative Cities, alguns anos depois (2014) em Krems, na linda (e vizinha) Áustria.
Fui favorecido pela proximidade. Era só chegar sexta-feira que descia até a estação de trem com minha mochila preta e meu bilhete de 35 Euros (10.850,00 HUF – Forint húngaro), para curtir a viagem entre os férteis campos do território húngaro e sujeitos mal-encarados que você acredita ser parte do elenco de algum filme do 007 (James Bond).
Todo cansaço era dissipado sempre que o trem chegava na plataforma da estação ferroviária Budapeste – Keleti Pályaudvar. A partir daí o plano era sempre o mesmo: partir para o Wombat’s Hostel (localizado na boca do gol da city) tomar uma ducha, descer para a recepção e beber o chopp que eles dão de brinde com a Tripulação de Cabine (ahoj) e partir para as noitadas mais loucas da vida.
Muitas vezes não dava tempo de andar perdidamente pela cidade para tirar fotos de placa de rua, pois quase sempre trocava o dia pela noite.
Até que um belo dia acordei (com um pouco de ressaca, claro) e decidi ir até a Gellért Hill, localizado acima do Hotel Gellért e simplesmente curtir uma das vistas panorâmicas mais impressionantes da vida.
Com certeza sua melhor foto ou selfie será do alto do Monte Gellért ou do Castelo de Buda com o Rio Danúbio, o Parlamento (o mais lindo de todos, na minha humilde opinião) e as imponentes Pontes (Margareth, Liberdade, das Correntes e Elizabeth) como pano de fundo…
Antes de voltar para o hostel, fiquei namorando essa placa de rua, característica da grande Budapeste.
Na única língua que o diabo respeita, Vám significa alfândega e utca quer dizer rua. A rua da alfândega está localizada na parte Buda da cidade.
Tenha em mente que a cidade é dividada ao meio pelo Rio Danúbio em Buda de um lado e Peste do outro. Ao todo (entre Buda e Peste), a cidade é organizada em XXIII distritos.
Buda é a parte histórica da cidade com as principais atrações que você deve percorrer durante o dia, como o Castelo de Buda, a igreja de São Matias, a Galeria Nacional, o Museu histórico e claro, o Monte Gellért mais o Bastião dos pescadores.
Ainda namorando a placa de rua de hoje, da magnífica Budapeste, ela nos informa explicitamente a sua exata localização, pois Ker. é a abreviação de Kerület que significa distrito. Vám utca está localizado no I distrito (que é o mesmo do Castelo de Buda) no bairro Víziváros.
Peste é a parte agitada, underground, pulsante e moderna. Este é o lado do Parlamento e da avenida Andrássy, algo parecido com a Champs-Élysées da Cidade Luz e o Paseo de Montejo, da ardente Mérida – México.
Caminhando até o final da Andrássy, você chegará à Praça dos Heróis e ao parque da cidade. Na primeira vez que fui nesse parque havia uma exposição genial de re-Start Budapeste e muitas noivas fazendo book de casamento, algo como pré-wedding húngaro.
Acabo de olhar para minhas chaves que estão atadas ao meu chaveiro em forma de pimenta-malagueta que foi comprado no Mercado Central, também do lado Peste e que, definitivamente, vale a visita. Seja para comprar algum souvenir, apreciar o estilo gótico do prédio ou até mesmo para pegar aquele rango Magiar.
Se não se sentir bem com aquele aperto das barracas abarrotadas de turistas oriundos do outro lado da “cortina de ferro”, provando páprica e comprando rendas, vá até um restaurante genuinamente húngaro, dentro do Mercado Central mesmo, conhecido como Fakanál Étterem. Se você estiver com amigos vale a pena dividir um vinho Tokaji e mandar fotos do nome galhofeiro do restaurante, para todos os seus contatos possíveis. Se você não curtir o cardápio do idioma de apenas 14 vogais e 27 consoantes, não se preocupe, o Fakanál nunca mais sairá da sua cabeça. Pode apostar!
Hora de voltar ao hostel e se preparar para beber (pagando em forints) no Instant Ruin Bar Budapeste ou no Szimpla Kert Ruin Pub Budapeste. Vai por mim…
Antes de voltar para o seu hotel/hostel/airbnb… procure aquelas fatias gigantes e bem recheadas de pizza por um precinho camarada. Diga que o Puskás jogou muito mais que o Maradona e o dono do estabelecimento criará uma conexão violenta com você, nos primeiros 30 segundos de papo.
Se quiser curar da ressaca de Becherovka, procure alguma das termas que a cidade oferece. Apenas cuidado com as “pool parties” no verão. You know…
Não saia da cidade sem beber vodka com aqueles malucos que juram viver ainda no período soviético, naquele evento promovido pela 90.9 jazzy rádió Budapeste, visitar o Museu do Terror e apreciar os ricos mosaicos coloridos nos telhados das principais construções da cidade.
Old Misa
Atila Reis
abril 8, 2018 - 5:24 pm
Budapeste está no top 3 sem sombra de dúvidas.
oldmisa
abril 9, 2018 - 2:44 pm
Barcelona ficou por muito tempo como minha cidade favorita, mas hoje esse posto é de Budapeste!!
Que cidade é aquela meu irmão??
Abraço Átila!!